Conflitos territoriais, desterritorialização e racismo ambiental no Rio de Janeiro (2009-2016)
DOI:
https://doi.org/10.21579/issn.2526-0375_2022_n2_114-142Palavras-chave:
Acumulação por espoliação, Empresariamento urbano, Injustiça ambiental, Discriminação racialResumo
O artigo explora as imbricações entre acumulação capitalista, desterritorialização, racismo e injustiça ambiental em conflitos territoriais urbanos. Por meio de informações históricas e dados demográficos, analisam-se quatro casos no Rio de Janeiro/RJ, entre 2009 e 2016 (período de agudização do caráter neoliberal na governança da cidade): Vila Autódromo, Quilombo do Camorim, Horto Florestal e Santa Marta, que têm em comum a utilização da retórica ambiental estatal como ferramenta para desterritorializações. Destacamos a imputação de atributos ambientais negativos às comunidades (majoritariamente negras) como dimensão importante do racismo ambiental, reduzindo-as à representação da desordem, violando um pressuposto fundamental de sua reprodução cultural (a relação com o ambiente), ao mesmo tempo operando como mecanismo de valorização do solo urbano e controle social.
