A Evolução da agricultura na Região Norte na década de 70

Autores

  • Maria do Socorro Brito
  • Mitiko Yanaga Une

Palavras-chave:

Inovações Agrícolas, Desenvolvimento Agrícola, Geografia Agrícola, Geografia Rural, Agricultural Innovationa, Agricultural development, Agricultural Geography, Rural Geography, Norte, Brasil, Amazônia

Resumo

A Amazônia, tradicionalmente uma região de extrativismo, passou a ter, ao longo dos anos 70, redefinido o seu papel na organização especial do País. Esta nova ótica alicerçava-se em uma politica governamental que objetivava Integrar a Amazônia ao sistema econômico brasileiro. A execução desses novos objetivos só se viabilizou mediante a implantação de um sistema. hidro- rodoviário - construção de grandes eixos viários: Belém-Brasília, Cuiabá-Porto Velho, Transamazônica, Cuiabá-Santarém, Perimetral Norte, interligados à navegação fluvial - associado aos estímulos financeiros, determinados pelas politicas de crédito e de incentivos fiscais que, em conjunto, tornaram a Região atrativa a investidores particulares, tanto provenientes de outras áreas do País quanto do exterior.

O fato de a Região nas duas últimas décadas, ter se constituído em área de interesse governamental contribuiu para romper com a visão da Amazônia extrativista e colocá-la como uma alternativa de fronteira agrícola, determinando uma nova feição aos fluxos migratórios, os quais eram, anteriormente, associados à produção extrativista, base da ocupação econômico-demográtfica da Região.

Neste contexto, a partir da década de 70 grandes transformações ocorreram na Região. Assistiu-se, assim, a um grande aumento da área dos estabelecimentos rurais, nem sempre acompanhado pela correspondente ampliação da5 terras produtivas. Recriou-se, de um lado, o latifundiário extrativista, agropecuário e agroindustrial sob nova modalidade, em função da qual a terra se transformou em propriedade privada, em mercadoria e passou a ser também utilizada como reserva de valor para futuras atividades econômicas ou especulações. De outro lado, desenvolveu-se a pequena propriedade, em menor proporção através dos projetos de colonização dirigida, oficial e particular, além da ocupação espontânea. Tornou-se premente, para a instalação de grandes e médios projetos agropecuários, não só, a privatização das terras devolutas, tribais e ocupadas mas a própria concentração da propriedade da terra. A ocupação e/ou apropriação de grandes extensões de terras exploradas ou não, repeliram as pequenas, verificando-se neste processo, um acirrado conflito em torno da posse da terra, culminando na própria expulsão ou subordinação de pequenos produtores - posseiros, arrendatários, ocupantes e dos indígenas. Dessa forma, a nova ocupação do território Amazônico, viabilizada pelo Estado, vem se processando com profundas contradições econômicas e sociais.

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Publicado

2019-01-30

Edição

Seção

Artigos