Um Foco sobre o processo de urbanização do Estado do Rio de Janeiro
Palavras-chave:
Rio de Janeiro, Desenvolvimento econômico, Política econômica, Crescimeto urbano, População urbana, Urbanização, Economic Development, Economic policy, Urban Growth, Urban Population, Urbanization, Rio de Janeiro - RJ, Rio de Janeiro - EstadoResumo
O trabalho propõe-se a abordar o processo de urbanização de um Estado que ocupa posição urbana singular no País, com mais de 90% dos habitantes vivendo em cidades, que tem enfrentado porém condições adversas decorrentes de um propalado esvaziamento econômico e politico o tema merece, pois, atenção particular, despertando preocupação e interesse de diferentes segmentos da sociedade.
A primeira parte é dedicada a uma análise do processo de urbanização, tendo como referência principal as transformações históricas sofridas pela. Cidade do Rio de Janeiro, Capital do País por quase 200 anos e núcleo altamente concentracionista na Região correspondente ao atual Estado do mesmo nome. Tal Intuito deve ser tomado como tentativa de uma Interpretação espaço-temporal, na medida que se procura apontar uma sequência de transformações que tem o espaço (a cidade) como registro.
Nesse sentido, foram assinaladas as seguintes transformações:
A - a posição hegemônica da Cidade do Rio de Janeiro no País,
B - a Cidade como locus de controle social,
C - a evolução da Cidade como mercado de trabalho,
D - a Cidade como suporte de um ideário nacionalista,
E - o desenvolvimento metropolitano,
F - o declínio da posição hegemônica da Cidade do Rio de Janeiro no País.
A segunda parte do trabalho lida com aspectos do esvaziamento econômico e político do Estado do Rio de Janeiro. Do ponto de vista da. economia, vários Indicadores comprovam um crescimento mais lento do que o de outros Estados do Sudeste-Sul, e Inferior à média nacional em diversos setores, Inclusive o populacional. Quanto ao esvaziamento político, foi ele atribuído em grande parte à ausência de lideranças com uma perspectiva local das responsabilidades, que só multo recentemente têm assumido posições mais agressivas com respeito aos interesses estaduais; mas também se considerou que e. mudança da Capital pode ter representado uma estratégia contra a hegemonia politica que a Cidade do Rio de Janeiro detinha sobre a Nação, como base principal do legado getulista e do PTB.
A terceira parte do trabalho faz uma. espécie de levantamento das possibilidades de recuperação econômica e política do Estado do Rio de Janeiro, com base no desenvolvimento de certas atividades terciárias (turismo, Intermediação financeira, pesquisa e ensino superior) e outras como a Informática, a química fina, armazenagem automática, etc., além de preconizar a integração mais efetiva e racional da Metrópole com o Território Estadual e com o próprio bloco urbano do Sudeste.
Nas considerações finais procurou-se assinalar, entre outros aspectos, que os Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, com população urbana respectivamente superior a 90 e a 88%, já estariam representando entidades novas, que transcendem o formato Institucional de unidades tradicionais da federação. A urbanização avançada vem de produzir assim entidades espaciais que apontam para a necessidade de reformulações no plano político, Institucional e administrativo. Apontam também para a necessidade de modificar a rigidez constitucional existente, dadas as situações desiguais que devem merecer tratamento diferenciado entre estados mais e menos desenvolvidos, entre municípios metropolitanos e municípios de menor validade econômica.