Tendências da urbanização no Brasil : uma análise espacial

Autores

  • Fany Davidovich

Palavras-chave:

Urbanização, Industrialização, Crescimento Urbano, Urbanization, Industrialization, Urban growth, Spatial Analysis - Statistics, Análise Espacial – Estatística

Resumo

A preocupação central do trabalho é de interpretar tendências da urbanização através de transformações recentes de seu contexto espacial. referenciado ao modelo urbano industrial desenvolvido pela economia capitalista no país. Formas de inserção do espaço nesses rumos da política econômica têm, esquematicamente, representação em alguns circuitos ou escalas da urbanização (metropolização, funções regionais, fronteira de recursos), que expressam uma divisão territorial do trabalho em curso no espaço nacional.

Tal modelo não é estanque, já que diz respeito a um quadro urbano em reestruturação, decorrente do processo de valorização capitalista do espaço ao longo do tempo. Distinguiram-se: (a) espaços urbanos em reestruturação, envolvendo principalmente a reforma urbana em regiões metropolitanas, a subversão de redes hierarquizadas de centros em alguns contextos regionais, o papel de pequenos centros em diferentes trechos do Território Nacional; (b) espaços urbanos em estruturação, envolvendo áreas de ocupação recente e relativamente instável, como as regiões de fronteiras e setores de periferias metropolitanas.

Nesse contexto, identificaram-se como principais tendências da urbanização: a de novas localizações urbanas, referenciadas basicamente à polarização capitalizada pelas metrópoles e também por certas cidades, e a implicações de descentralização contidas na atual reforma tributária; a da “satelitização” urbana que diz respeito às relações entre determinados mercados de trabalho urbano e localidades convertidas em núcleos dormitório ou em lugares de desconcentração da indústria; a da politização do espaço urbano, em que sobressai a elaboração de nova malha territorial np país, compreendendo fenômenos de escala, como as aglomerações urbanas, fenômenos “associativos”, como as associações de municípios, e a multiplicação de centros urbanos, como o aparecimento de novos Estados-membros.

Nas considerações finais, ressaltou-se a importância de definir e estudar “espaços em crise”, como os centros metropolitanos e outros no país. Ressaltou-se, também, a preocupação com a maneira pela qual o quadro urbano brasileiro, compreendido como expressão da sociedade e de seu espaço e como um grande montante de capital fixo, vai responder a novas injunções econômicas e políticas, associadas a interesses nacionais e internacionais.

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Publicado

2019-02-01

Edição

Seção

Artigos