A Ferro e Fogo, história ambiental e a Geografia brasileira: um diálogo por inventar

Autores

  • Christian Brannstrom Coordenação de Geografia, Diretoria de Geociências, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

DOI:

https://doi.org/10.21579/issn.2526-0375_2016_n1_art_6

Palavras-chave:

Warren Dean, A Ferro e Fogo, história ambiental, geografia brasileira

Resumo

Neste ensaio, avalio os vinte anos de repercussão do livro A Ferro e Fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira, do historiador brasilianista Warren Dean, na geografia brasileira. Constato que, ao contrário do que aconteceu entre os historiadores, o livro não provocou acalorado debate entre os geógrafos, sobretudo entre os geógrafos humanos. Dentre as razões para isso destaco (1) o número relativamente pequeno de geógrafos históricos, (2) a grande influência de Milton Santos e sua teoria ‘desnaturalizadora’ do ambiente e (3) o apego dos geógrafos a certos conceitos, sobretudo o de espaço. Houve algum engajamento por parte de geógrafos físicos (lato sensu) e geógrafos humanos menos ortodoxos. Em colaboração com os historiadores, esses pesquisadores testaram, questionaram e aprofundaram algumas das afirmações de Dean, como a homogeneidade vegetacional da Mata Atlântica e o papel das formigas cortadeiras na agricultura colonial. Por fim, sugiro cinco temas trabalhados por Dean que poderiam ser mais explorados pelos geógrafos brasileiros.

Downloads

Publicado

2016-07-26

Edição

Seção

Ensaios, comentários e resenhas